SAÚDE ORAL EM IDOSOS: RELAÇÃO COM A QUALIDADE DE VIDA

Introdução: A saúde oral (SO) é uma componente da saúde em geral e recebe influência de determinantes sociodemográficos, contextuais e comportamentais. As pessoas idosas são um grupo vulnerável no que respeita à prevalência de doenças crónicas e ao acesso aos cuidados de saúde. As patologias dos dentes e da boca são uma das queixas prevalentes neste setting populacional. O status de SO tem impacto no bem-estar geral e na qualidade de vida. Nas últimas décadas, o interesse pelo estudo da qualidade de vida relacionada com a saúde oral (QdVRSO) tem sido crescente, reconhecendo-se que a condição oral tem significado nas dimensões física, social e emocional do indivíduo. Objetivo: Avaliar o autorrelato da QdVRSO da amostra; analisar a relação entre o nível de QdVRSO e as variáveis sociodemográficas e comportamentais. Método: Estudo transversal, descritivo e correlacional com abordagem quantitativa numa amostra de 121 idosos (média de idade 78,53 ± 9,12 anos) a residir na comunidade ou em Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI). Para a recolha de dados realizaram-se entrevistas estruturadas num questionário constituído por variáveis sociodemográficas, clínicas e comportamentais e pela versão breve do Oral Health Impact Profile (OHIP-14) que avalia o impacto da SO na qualidade de vida. Através da resposta a 14 itens, que se agrupam de dois a dois, os participantes autorrelatam o impacto da SO nas dimensões Limitação funcional, Dor física, Desconforto psicológico, Incapacidade física, Incapacidade psicológica, Incapacidade social e Desvantagem. Quanto mais alto é o score total do OHIP-14, mais baixo é o nível de QdVRSO. Para o tratamento estatístico dos dados utilizaram-se testes não paramétricos com um intervalo de confiança de 95%, sendo a confiabilidade do OHIP-14 avaliada pelo coeficiente Alfa de Chronbach. Resultados: Observou-se que a maioria dos idosos são do sexo feminino (n=73; 60,3%), completou o 1º ciclo do ensino básico (n=56; 46,3%), tem antecedentes patológicos (n=83; 68,6%) e são polimedicados (n=94; 77,7%). 75,2% (n=91) são edêntulos totais e, destes, 51,65% (n=47) não usa qualquer mecanismo de reabilitação da cavidade oral. A grande maioria (n=87; 71,9%) frequenta consultas com profissionais de SO quando é necessário e 22,3% (n=27) não têm o hábito de escovar os dentes e a boca. As pontuações do OHIP-14 na amostra variam de 1 a 49 pontos, com score médio de 11,91±11,26. Em média, a dimensão mais pontuada foi a Dor física (2,56±1,98) e a menos foi a Incapacidade social (0,77±1,32). 31,4% (n=38) dos participantes revelaram impacto da SO na qualidade de vida. Há significado estatísticos entre a QdVRSO e as variáveis sexo (p=0,018) e estado civil (p=0,020), sendo que idosos institucionalizados em ERPI têm, em média, pontuações mais altas no OHIP-14. Conclusões: A amostra de idosos estudada autorrelatou impacto da SO na qualidade de vida. Os comportamentos de higiene oral e de procura de cuidados de saúde oral são precários, pelo que se recomenda o incremento da literacia em SO nos indivíduos e cuidadores.

ORAL HEALTH IN THE ELDERLY: RELATIONSHIP WITH QUALITY OF LIFE

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  • Reference 1 ..............................
Sağlık Akademisi Kastamonu-Cover
  • Yayın Aralığı: Yılda 3 Sayı
  • Başlangıç: 2016
  • Yayıncı: Esra DEMİRARSLAN
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