POR ACASO… OU NÃO! EXPERIÊNCIA VIVIDA EM VISITA DOMICILIÁRIA NA ÁREA DOS CUIDADOS PALIATIVOS COMUNITÁRIOS

Introdução: No decorrer do exercício profissional na ECCI (Equipa de Cuidados Continuados Integrados) do Almourol, é realizada visita domiciliária (VD) a doente oncológica em fase terminal com o objetivo de poder ser cuidada no domicilio. Durante uma semana de estágio na Equipa Intra Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) do Hospital de Leiria, em conjunto com a médica e a assistente social, aborda-se o trabalho em equipa, controlo de sintomas, comunicação, protocolos de úlltimos dias e horas de vida (UDHV), possibilidade de cumprir os desejos em fim de vida, cuidar em casa com os recursos (in)disponíveis em Cuidados Paliativos nos Cuidados de Saúde Primários, e o antecipar a perda e apoio no luto junto da familia. A interdisciplinaridade revela-se uma ferramenta preciosa para cuidar até ao fim e poder morrer com dignidade. A D. Ema, de 68 anos, com neoplasia gástrica metastizada a vários órgão e osso, orientada, lúcida, consciente da sua condição, com discurso coerente e decisões de fim de vida assumidas em família, estava a ser acompanhada pela EIHSCP de Leiria, acabando por ser referenciada por acaso… ou não, à ECCI do Almourol. A D. Ema, vivia com marido na região de Ourém, tendo optado por ir para casa do filho no Entroncamento devido à progressão da doença. Viveu as últimas semanas de vida com filho, nora (principal cuidadora) e 2 netos (11 e 18 anos), em moradia de construção recente sem barreiras arquitetónicas, com excelentes condições de habitabilidade em localização urbana. Apresentava dor controlada (escala numérica 2), desconforto geral pela síndroma anorexia-caquexia/astenia, ascite acentuada, náusea, sialorreia, dispneia, ansiedade, confusão ocasional no período noturno e insónia. Ajuste terapêutico de acordo com a situação. Abordadas questões de nutrição e hidratação em fim de vida com a própria e a cuidadora, sendo posteriormente validadas com o filho. O objetivo principal da D. Ema era falecer em casa, devendo realizar-se paracentese no domicílio e posterior controlo dos restantes sintomas. Objetivo: Refletir a prática centrada na pessoa com base no trabalho de equipa e legis artis. Método: Relato de caso dirigido à decisão da D. Ema de poder morrer em casa com controlo sintomático, conforto e dignidade. Confronto com expetativas e realidades dos profissionais de saúde, a pessoa cuidada e a família. Focados vários aspetos: Lei 31/2018; Norma 015/2013 da DGS; Qualidade em Cuidados Paliativos; Código Deontológico: enfermeiro, médico e assistente social; princípios éticos: beneficência, justiça, autonomia e não maleficência; a pessoa como centralidade dos cuidados; filosofia dos cuidados paliativos e realização de paracentese em domicílio.Resultados: Satisfação dos desejos da pessoa em fim de vida e família assentando na confrontação de perspetivas e respeito pelas decisões. Aprendizagem multidimensional, com enfoque nas questões éticas. Capacidade de realizar, com os escassos recursos disponíveis, os cuidados de que a pessoa/família necessitaram. Conclusões: A comunicação interdisciplinar permitiu a continuidade dos cuidados na pessoa, permitindo que a decisão de morrer com dignidade em casa fosse uma realidade por acaso… ou não, acontecessem cuidados paliativos!

BY ACCIDENT… OR NOT! EXPERIENCE LIVED IN HOME VISIT IN THE AREA OF COMMUNITY PALLIATIVE CARE

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  • Reference 1 ...............................
Sağlık Akademisi Kastamonu-Cover
  • Yayın Aralığı: Yılda 3 Sayı
  • Başlangıç: 2016
  • Yayıncı: Esra DEMİRARSLAN
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