Introdução: A Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) é um tema que vem obtendo espaço de destaque entre as discussões políticas do Brasil, parte do princípio que todo cidadão tem direito ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente para que todos os membros do grupo familiar se mantenham saudáveis. No entanto, quando ocorre a violação do direito da SAN, a família encontra-se em situação de insegurança alimentar e nutricional (IAN) refletindo aspectos relacionados desde a percepção de preocupação e angústia até a incerteza da disponibilidade frequente de comida, ocorrendo violação do princípio básica do acesso à alimentação e das necessidades essenciais. Ao mesmo tempo em que a IAN é consequência de um conjunto de determinantes sociais, é também um fator de risco para outras consequências potenciais relacionadas à saúde e qualidade de vida do indivíduo. Objetivo: Diante desta temática, este estudo tem o objetivo de avaliar a segurança ou insegurança alimentar associado com a qualidade de vida de um membro da família no interior do estado da Paraíba. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, e do tipo descritivo, cujas são famílias do município de Cuité, Paraíba. A amostra é oriunda de uma pesquisa realizada no ano de 2011 com 358 domicílios. A avaliação da segurança alimentar se deu através da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) e a qualidade de vida pelo inquérito WHOQOL-bref. A Qualidade de Vida (QV) foi avaliada por meio de escores médios para cada domínio, como também classificada em Baixa e Boa qualidade de vida. Para análise dos dados utilizou-se o software SPSS. Foi realizada análise descritiva e teste Qui-quadrado (p<0,05). O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Alcides Carneiro da UFCG CAAEN: 30929314.60000.5182. Resultados: A maioria era do gênero feminino, na faixa etária de 20-59 anos e possuía ensino fundamental completo ou incompleto. Há uma prevalência de SAN na população analisada de 62,2% e de IAN 38,8%. O escore que apresenta melhor média da qualidade de vida refere-se ao domínio de relações sociais, 72,24 e aproxima-se mais da boa qualidade de vida. A baixa qualidade de vida se faz presente nos domínios Físico, Psicológico e Meio Ambiente, 54,86; 56,84 e 58,20, respectivamente. A relação de SAN e qualidade de vida observou-se que há uma maior prevalência de Boa QV entre famílias classificadas em SAN quando comparados a IAN. A medida que a intensidade da IAN aumenta, a qualidade de vida é menor, as prevalências significativas são para o domínio psicológico (p<0,001), meio ambiente (p< 0,000) e relações sociais (p<0,018). Conclusão: Neste sentido, as práticas alimentares devem ser pensadas com uma atenção maior para as necessidades sociais do indivíduo e assim reduzir a iniquidade em saúde e garantia de melhor qualidade de vida. Buscando promover a integralidade, intersetorialidade, equidade e participação social, bem como, designar debates acerca de políticas públicas alimentares, sociais, econômicas e ações de saúde.