Maria Giseuda BARROS MACHADO

A TRAJETÓRIA DE ESTUDANTES QUILOMBOLAS DO CASTAINHO E ESTIVAS: UM DEBATE REFLEXIVO NO CAMPO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS EM GARANHUNS (PE)

A escola, nas múltiplas relações com o cotidiano social se constitui numa complexidade nesse espaço quanto ao conhecimento e a cultura. O pensamento fourquiniano acentua que todos aqueles ao chegarem à escola já são portadores de cultura, antes mesmo de conhecerem a escola. Entretanto esse espaço se constitui numa certa complexidade ao tratar suas relações, apesar de identificarem comumente crianças, adolescentes e jovens de culturas com especificidades na sua ambiência comunitária. A partir de contextos históricos tem se diferenciado mudanças na abordagem do conhecimento. Nesse entendimento ao serem concebidas no seio das representações sociais foi objetivado refletir sobre como se realiza a trajetória campo cidade de estudantes das comunidades quilombolas Castainho e Estivas no seio do debate contemporâneo com o pensamento moscoviciano, ao lado de Jodelet e como se posicionam os adeptos do pensamento chartieriano trazendo possibilidades ao seres humanos a darem conta do próprio mundo, assim como a contribuição de estudiosos brasileiros como Meneses, no século XXI. Nesse contexto se traz a memória como chave e a cultura ao traduzir a expressão e tradução da realidade, de maneira simbólica trazendo sentidos às palavras, ações, coisas significados em que se tornam valorativos consoante o afirmar pesaventiano. O método é o de narrativas em formação na abrangência de seis participantes da pesquisa oriundos das comunidades quilombolas referidas em Garanhuns (PE). Esses trazem como resultados trajetórias que se afirmam não terem sido reconhecidos na inclusão, tendo propiciado aos respondentes saída em circulação nas escolas e não conclusão de Ensino Médio. Por outro lado houve em escolas silenciamento sobre as comunidades e ao contrario olhares de acolhimento de apropriação de sentimentos valorativos de modo mais raro quando alcançam a educação superior e outras que até mesmo não foram reconhecidos com negros do Castainho por terem fenótipos referência ao quesito cor “branca” e no contexto histórico a partir de inserção e politicas publicas já existiam trajetórias para a escola na cidade desde a infância como decisão e valorização do ser negra e portadora de direitos. Conclui-se que a História no pensamento menesiano e de seus contemporâneos, vem com a criação de uma comunidade de sentido no campo das representações a ter a compreensão ao tornar se valorizada no pertencimento de quilombolas, assim como fazer crescer a noção de alteridade para os demais estudantes a posteriori, embora necessitando de maior afirmação nos tempos atuais.

Anahtar Kelimeler: