Introdução: As instituições de acolhimento infantojuvenil devem funcionar de forma semelhante a uma residência, fornecendo conforto aos acolhidos. Os profissionais atuantes nesses espaços socioassistenciais são chamados de educadores sociais. No Brasil, desde o princípio, sua formação não se deu por processos formais e, até hoje, constata-se a falta de qualificação apropriada. Com o projeto de extensão intitulado “Grupo de cuidados com crianças e adolescentes em acolhimento institucional: proposta de intervenção” notou-se a necessidade de capacitação e sensibilização dos educadores atuantes. Objetivo: Descrever as atividades interdisciplinares realizadas no processo de capacitação de educadores sociais, executadas por discentes de graduações da área da saúde através de uma subdivisão do projeto de extensão principal, sendo então denominada “Grupo de cuidados: quem cuida do cuidador?”. Método: Estudo descritivo do tipo relato de experiência sobre a prática extensionista de acadêmicos de saúde realizada em 2021 na Instituição de Acolhimento Laura Vicuña, localizada na cidade de Petrolina-PE, através do projeto de extensão “Grupo de Cuidados com Crianças e Adolescentes em Acolhimento Institucional: proposta de intervenção”. Utilizando a plataforma Google Meet, foram realizadas oficinas online perpassando o conhecimento prévio, a abordagem do tema principal, problematização e compartilhamento de vivências inseridas nas temáticas. Foram abordados temas importantes para a construção de pensamento crítico, político e social, além de temas que versam sobre a importância da saúde mental do cuidador para o bom acolhimento de jovens. Resultados: Baseando nas experiências vivenciadas e na troca de informações durantes as oficinas, observa-se a carência de qualificação associada a contratação, gerando estresse no trabalho, por não saberem como agir frente às adversidades. No entanto, nota-se o interesse em instruir-se para melhor oferta de cuidado, resultando na participação ativa de toda a equipe nos encontros. A proposta interdisciplinar permitiu que assuntos importantes das diversas áreas de conhecimento fossem introduzidos e discutidos durante a capacitação, ofertando melhor conhecimento não só para a equipe de educadores, como para a equipe organizadora da capacitação. Conclusão: É possível constatar a importância da transmissão de conhecimentos para que a prática do educador social seja sensível e baseada em evidências, promovendo a melhoria na sua rotina laboral e, consequente diminuição do esgotamento mental. Com base nisso, espera-se que a qualidade de vida se desenvolva positivamente, a partir de entendimento que saúde é um estado de bem-estar físico, mental e social e que o trabalho tange grande parte das preocupações do indivíduo. Por fim, pode-se concluir que a interdisciplinaridade e a troca de experiências entre comunidade e instituição favorece o desenvolvimento acadêmico, profissional e pessoal dos discentes.