Introdução. Na teoria da Autodeterminação o funcionamento psicológico e a motivação são sustentados pelo atendimento das necessidades psicológicas básicas que são inerentes a todos os seres humanos, e, que dizem respeito às demandas que as pessoas têm para serem autoras de suas ações (autonomia), se sentirem efetivas em interações com ambientes físicos e sociais (competência) e de se sentirem conectadas aos outros (relacionamento). No entanto, o contexto da pandemia pela Covid-19, afeta o atendimento dessas necessidades, impactando a vida pessoal e profissional das pessoas, e, portanto, as dimensões: relacionamento, competência e autonomia. Este estudo integra uma pesquisa mais ampla de doutorado cujo objetivo principal é investigar a percepção do auxílio às necessidades psicológicas básicas com estudantes e professores, do 3º aos 5º anos do ensino fundamental, nos diferentes formatos de ensino ofertado no período de pandemia, e, ainda, como essa percepção se relaciona com o engajamento discente. Neste, apresentamos um recorte com o objetivo investigar a percepção do auxílio dessas necessidades por professores, do 3º aos 5º anos do ensino fundamental, atuando com diferentes formatos de ensino ofertado no período de pandemia pela Covid-19, ou seja, aulas online, atividades pedagógicas não presenciais ou ensino presencial. Método: foi realizado um estudo de corte transversal, com coleta de dados em ambiente virtual e composta de uma amostra por conveniência nacional. Participaram 109 professores (50 atuando com aulas online, híbrido ou 100% presencial e 59 atuando com atividades pedagógicas não presenciais ou alternando esse formato com presencial), 99 do sexo feminino e 10 do sexo masculino, com idade entre 20 e 50 anos, que responderam questionários de autorrelato para caracterizar a amostra e avaliar percepções acerca do auxílio às suas necessidades psicológicas, Basic Need Satisfaction in General Scale (Questionário Satisfação Geral das Necessidades Básicas [QSGNB]). Resultados: Professores ministrando aulas no formato online e/ou de forma presencial apresentaram maior grau de satisfação das necessidades psicológicas básicas em todas as dimensões (Autonomia=63,89%; Competência=68% e Relacionamento=73,39%) em relação aos professores atuando com atividades pedagógicas não presenciais, ou seja, com ausência de aula online (Autonomia=47,47%; Competência 43,98% e Relacionamento 39,42%). Conclusão: professores no formato de ensino que estão em contato direto com seus alunos e pares apresentaram um maior grau de satisfação de suas necessidades psicológicas básicas, especialmente a necessidade por relacionamento, em relação aos professores atuando com ensino remoto no formato de atividades pedagógicas não presenciais, ou seja, sem interação direta com os alunos e seus pares de forma efetiva. Espera-se que esta pesquisa contribua para conhecer a percepção do atendimento às necessidades psicológicas básicas dos professores em diferentes formatos de ensino praticados no contexto da pandemia pela Covid-19, e, assim, contribuir com a construção dos conhecimentos acerca dos impactos exercidos pela pandemia, subsidiando possíveis intervenções.