INTERSECCIONALIDADE PARA GARANTIA DA EQUIDADE NO ÂMBITO DA SAÚDE DA POPULAÇÃO LGBTQI+ NO BRASIL

Introdução: A temática das representações sociais há tempos apresenta relevância nos debates científicos, não somente no campo da Sociologia e Psicologia Social, mas também no que concerne o arcabouço das Ciências Humanas. Como Celso Pereira de Sá (1998) já apontava, a Teoria das Representações Sociais é uma construção muito complexa com uma diversidade de ideias que se convergem, contudo ainda não conseguimos definir um mapa de coordenadas comuns. Atualmente, trabalhamos tanto com ideias e modelos formulados por disciplinas não psicológicas (história, antropologia, sociologia, semiótica etc.), como com produções de grupos diferentes que compartilham teorias da Psicologia Social. Assim, resgatamos a concepção de Serge Moscovici (1961; 2003) que nos esclarece que as representações sociais estão presentes nas questões que dizem respeito ao pensamento humano e, por conta disso, se encontram em debates interdisciplinares relacionados tanto ao indivíduo quanto à sociedade que vivemos. Objetivo: O objetivo do presente estudo é apresentar parte dos resultados da tese de doutorado intitulada “Desafios e Tensões no Atendimento Equitativo da Família Homoafetiva e da Família Transgênera: um estudo sobre as Representações Sociais e Imagéticas no Campo da Saúde” onde focamos, neste momento, no conceito de interseccionalidade referente à equidade no atendimento à população LGBTQI+ no âmbito da saúde. Importante dizer que a análise interseccional não se limita a ilustrar o entrelaçamento dos sistemas, mas deve alavancar a teorização da co-formação de categorias/processos/sistemas de poder. Essas relações de poder são indissociáveis e irredutíveis e, por isso, Bilge (2014) afirma não ser necessário retomar preceitos ideológicos que estabelecem hierarquias fixas entre um relacionamento principal (capitalismo, patriarcado e racismo) e um relacionamento secundário ou derivados, já que os diferentes sistemas de poder podem se estabelecer reciprocamente. Métodos: Como método do estudo utilizamos a análise documental para refletir sobre aspectos de gênero, sexualidade, raça e classe presentes na Política Nacional de Saúde LGBT, nas campanhas do Ministério da Saúde e da Organização Não Governamental Grupo Dignidade da cidade de Curitiba - BR referentes à mesma população. Resultados: Verificamos a presença ou não do conceito de interseccionalidade nos materiais de orientação e divulgação que alcançam os profissionais de saúde e acabam por interferir na construção do universo consensual e reificado dos mesmos, podendo também interferir na prática profissional e social. Como resultados da pesquisa encontramos limitações quanto às representações interseccionais que envolvem etnia e classe social quando pensamos em gênero e sexualidade. Sobre a raça, identificamos que as campanhas do Ministério da Saúde representam a população negra, enquanto as campanhas do Grupo Dignidade pouco mostram. Em relação à classe social, a população em vulnerabilidade, da periferia ou desempregada não é representada nos materiais de campanha, embora seja uma orientação bastante clara da Política Nacional de Saúde LGBT. Conclusão: Nesse sentido, afirmamos que existe uma representação parcial do conceito de interseccionalidade, embora haja um esforço para levantar o debate em relação ao conceito. Entretanto, também constatamos que este ainda não é problematizado de maneira profunda, o que faz com que o conceito de equidade não esteja representado nos materiais analisados.

INTERSECTIONALITY TO GUARANTEE EQUITY IN THE FRAMEWORK OF THE HEALTH OF THE LGBTQI+ POPULATION IN BRAZIL

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  • Reference 1 ..............................
Sağlık Akademisi Kastamonu-Cover
  • Yayın Aralığı: Yılda 3 Sayı
  • Başlangıç: 2016
  • Yayıncı: Esra DEMİRARSLAN
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